Dançando com as borboletas
Elisabete Aparecida Rodrigues

Este relato apresenta atividades de alfabetização realizadas com uma turma de 14 alunos do 2º ano, do turno vespertino da Escola Rural Municipal Professor Waldomiro A. de Souza, localizada na zona rural da cidade de União da Vitória/PR. As atividades foram realizadas durante cerca de 5 meses, entre agosto e dezembro de 2013. O tema trabalhado, no contexto da Alfabetização Científica e do eixo estruturante Vida nos Ambientes, foi a vida das borboletas.

A ideia do trabalho surgiu com a percepção da dificuldade dos alunos, pois para se redigir um texto é necessário conhecer muito sobre o assunto que vai ser abordado. Sendo assim, a proposta foi aliar o trabalho com textos informativos com um tema que despertasse a curiosidade das crianças e possibilitasse variados encontros com a leitura para estudo e busca de informações. Para desenvolver as práticas que exercitassem a alfabetização nesse contexto, foi escolhido o tema “vida das borboletas”, algo bastante ligado à realidade dos alunos dessa escola.

Ler textos informativos, conhecer seus portadores e desenvolver estratégias para localizar informações sobre temas que se deseja conhecer são aspectos importantíssimos para a formação de um leitor. Pesquisar junto com as crianças tem como propósito desenvolver com elas, desde muito pequenas, o gosto pela leitura e a percepção de que essa leitura ajuda a saber mais sobre um assunto. O trabalho com os textos orais – nem sempre priorizado em sala de aula – também coloca o aluno em contato com múltiplas linguagens, possibilitando que ele desenvolva diversas formas de expressão em situações de comunicação real. É uma possibilidade de se trabalhar, ao mesmo tempo, a escrita, a oralidade e a expressão corporal, além da cooperação e do reconhecimento às produções dos colegas.

O tema escolhido – a vida das borboletas – está relacionado com o dia a dia das crianças pelo fato de a escola estar inserida em uma comunidade da zona rural. O tema possibilitou também a discussão sobre a importância de trabalhar o respeito e o cuidado que todos devemos ter com o meio ambiente e com os seres vivos.

O trabalho, cujo tema central relacionou-se com as Ciências Naturais, mobilizou conhecimentos de Língua Portuguesa, Geografia, História, Artes e Educação Física e teve explicitados os seguintes objetivos a serem alcançados com as crianças:

  • Ler palavras, frases, textos e identificar a finalidade do texto;
  • Identificar semelhanças sonoras em sílabas e palavras que rimam;
  • Desenvolver a capacidade de produzir textos escritos e orais com coerência e respeito ao gênero;
  • Desenvolver a oralidade;
  • Usar a escrita e o desenho como recursos para organização sistemática de uma história e socialização dos conhecimentos adquiridos (produção de textos, tendo o professor como mediador);
  • Conhecer as etapas de transformação de uma lagarta em borboleta (metamorfose);
  • Entender o papel das borboletas para o equilíbrio da natureza;
  • Interessar-se pela colaboração para a preservação da fauna e compreender o seu papel nesse processo;
  • Entender os procedimentos para a realização de uma pesquisa científica: trabalho em grupo, coleta, seleção e organização de dados, registro de conclusões, comunicação das informações;
  • Desenvolver o interesse, a criatividade, a imaginação e a motivação;
  • Perceber o valor do trabalho em grupo;
  • Praticar a autonomia na participação das atividades em grupo;
  • Refletir sobre o mundo a sua volta.

 

 

Foram realizadas atividades de leitura, de escrita, de investigação, de experimentação, artísticas e lúdicas. Aproveitou-se a oportunidade para passear por diversos textos, realizando atividades diversas: leitura de textos autênticos, que circulam em diferentes esferas sociais, produção coletiva de textos, produção individual e revisão de textos, buscando auxiliar os estudantes a ler e produzir textos para atender a diferentes tipos de propósitos, comuns em situações variadas de uso
no meio social.

As atividades foram iniciadas com uma roda de conversa, perguntando para os alunos o que eles sabiam a respeito da lagarta. Como a escola está localizada no campo, a maioria dos alunos respondeu que já tinha visto lagartas. Conversamos sobre o tema a partir daquilo que as crianças relataram saber. Elas registraram em seus cadernos alguns apontamentos (que foram analisados, no final do trabalho com esse tema, para vermos o que havia mudado em relação às ideias iniciais).

 

Reprodução
Fotos: Arquivo dos Autores
Avental da história.

Depois da conversa foi contada a história do livro “A primavera da lagarta”, de Ruth Rocha,
usando o avental com o cenário e os personagens. Na sequência, ouvimos a mesma história, mas desta vez em áudio do grupo Palavra Cantada, com narração da autora Ruth Rocha. Continuamos a conversar sobre a lagarta, discutindo a partir de perguntas feitas sobre a história contada: Por que os animais estavam indignados? O que a lagarta fez? Você achou correta a atitude dos animais? E da lagarta? As crianças refletiram sobre o problema da história e perceberam que a lagarta precisa se alimentar para sobreviver, o que pode levá-la a ser vista como uma praga, no campo, que deve ser exterminada para não acabar com a plantação.

Foi pedido aos alunos que desenhassem aquilo que compreenderam sobre os acontecimentos ocorridos com a lagarta na história. Depois de uma nova leitura, eu atuei como escriba no processo de reescrita coletiva da história, que resultou na confecção do “livrão” da turma, com dez páginas lindamente ilustradas pelas crianças com o uso de aquarela. Os alunos apresentaram “A primavera da lagarta” para as outras turmas da escola, encenando a história de acordo com a distribuição que fizemos das falas dos personagens.

No dia seguinte, iniciei a aula com a apresentação em um cartaz do texto informativo “Asas de todas as cores”, de Walt Disney, retirado do livro didático. Lemos o texto coletivamente, os alunos fizeram atividades escritas no livro e eu fiz perguntas a eles sobre aquele tipo de texto para que eles compreendessem a forma e a função de um texto informativo. Depois disso, pedi que eles fizessem uma nova leitura do texto, de forma silenciosa e pensassem sobre as seguintes questões: Você já sabia o que é metamorfose? Será que só as lagartas passam por esse processo?

Fotos: Arquivo dos Autores

Recortei o texto do cartaz em parágrafos, fiz a distribuição dos recortes nos grupos e pedi que eles remontassem o texto e explicassem oralmente o assunto do seu parágrafo.

Fotos: Arquivo dos Autores

 

Neste processo, eles compararam as imagens do livro didático e resolveram a atividade. Destacamos as palavras desconhecidas, tais como “casulo”, “pupa” e “metamorfose” e cada grupo pesquisou uma palavra. Estudamos a escrita e leitura da palavra “borboleta” no livro didático, retirando palavras de dentro da palavra. Utilizamos o alfabeto móvel. Depois, assistimos a um vídeo17 via internet, em um canal do Youtube, sobre a metamorfose da borboleta.

Entreguei para os alunos uma folha mostrando imagens das transformações pelas quais passa uma borboleta e eles resolveram alguns exercícios sobre isso. Para a atividade seguinte, levei o data show da escola para a sala de aula, acessei a internet e mostrei para os alunos diferentes espécies de borboletas que existem, suas diversas cores e tamanhos. Os alunos pintaram borboletas, que foram reunidas no mural decorado do 2º ano.

Na aula seguinte, a turma foi ao laboratório de informática para pesquisar, em grupos de 4 alunos, outros animais que sofrem metamorfose. Levaram consigo algumas dicas do que pesquisar. Ao retornarmos para a sala de aula, organizei os alunos nos grupos e entreguei a eles um texto informativo sobre um animal que também sofre metamorfose. A tarefa do grupo foi ler o texto e criar uma adivinha para que os outros grupos descobrissem qual era o animal.

Fotos: Arquivo dos Autores

No dia seguinte, a aula começou com a utilização do texto informativo “A importância das borboletas”, retirado de um volume da Enciclopédia Barsa, para a realização de uma tarefa de ditado. Enquanto ditava, eu passava nas carteiras orientando os alunos sobre espaços dos parágrafos, uso da linha até o final, divisão das sílabas no final da linha, pontuação, etc. Concluído o ditado, fizemos uma nova leitura do texto e relembramos a primeira história que lemos e discutimos – “A primavera da lagarta” – para analisarmos o que havia em comum entre dois textos trabalhados. Pedi que os alunos refletissem sobre a última frase do livro: “É preciso ter paciência com as lagartas, se quisermos conhecer as borboletas!”.

A partir dessa fase do projeto, iniciamos as tarefas de pesquisa e experimentação. As crianças levaram, como tarefa de casa, a solicitação de capturarem lagartas, ovos ou casulos e trazê-los para a sala de aula para que pudéssemos observá-los e fazer as nossas experiências de Ciências. Em sala de aula, discutimos que tipo de experiência faríamos. Os alunos recorreram novamente à internet, desta vez para descobrirem como fazer um experimento sobre lagartas. Depois de muito buscarem, decidiram, em grupo, fazer o experimento “Toda lagarta vira borboleta... ou mariposa” indicado no site Pontociência18. Escolhido o experimento a ser feito, os alunos preparam os materiais que iriam utilizar. A turma enfeitou uma caixinha de papelão e a preparou conforme os procedimentos indicados para colocarem as lagartas levadas de casa por eles e os casulos de mariposa e de borboleta levados por mim. Todos ficaram muito empolgados, cheios de curiosidade, para fazerem a experiência acompanhando características, desenvolvimento, alimentação e tempo de metamorfose. As observações decorrentes do acompanhamento do experimento foram anotadas pelo ajudante do dia em forma de escrita ou de desenho, em um livrinho simples de folha de sulfite, sempre que um fato novo acontecia.

Fotos: Arquivo dos Autores


18 Disponível em: <http://www.pontociencia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=198>. Acesso em: março de 2015.

Foi interessante observar como a ocorrência de um fato inesperado durante o experimento fez com que a turma tomasse uma nova decisão. Em um dia, como sempre fazia, abri a caixinha das lagartas. Qual não foi nossa surpresa ao ver que uma lagarta tinha encasulado entre a tampa e a caixa! Quando eu abri a tampa, o casulo foi destruído. As crianças ficaram com muita pena da lagartinha, que não morreu, mas começou a circular desnorteada pela caixa, pois no momento do encasulamento ela solta seus pelos e fica imóvel. Os alunos resolveram, depois disso, mudar a casa das lagartas: da caixa para um vaso. Escolheram dois vasos, encheram de terra, decoraram com galhos de árvore e cobriram a nova casa com um tecido telado e fino. Assim, poderiam observar as lagartas de forma mais segura, evitando que elas fugissem, fossem tocadas, ou tivessem o casulo destruído com a abertura da tampa. Nos dias seguintes, as crianças deram nome às lagartas e duas delas encasularam. Os alunos, a partir de seus estudos, observaram que, pelo tipo de casulo em forma de fio, se tratavam de mariposas. Agora, já com mais conhecimento do assunto, os alunos foram convidados a escreverem, para o portfólio individual, um texto informativo a respeito das borboletas.

Realizamos uma atividade de matemática com registro de quantidades, cálculo mental, adição e subtração, usando as espécies de borboletas presentes na natureza. Para fazer uma apresentação no “Recital de Poesias” que aconteceu na escola, a turma estudou o poema “As Borboletas”, de Vinícius de Moraes, aprendendo as características das rimas, interpretando o contexto, ensaiando declamação e encenação, treinando entonação da voz e expressões corporais. No dia do Recital, a turma do 2.o ano pediu licença para apresentar sua dramatização de “A primavera da lagarta” que, ao final, culminou com a declamação do poema “As borboletas”. Foi uma tarde onde todas as turmas se apresentaram. Tudo muito divertido, todos adoraram!

Fotos: Arquivo dos Autores

 

Para criarmos móbiles que enfeitariam a sala na chegada da primavera, os alunos fizeram origamis de borboletas. Seguiram as orientações de um vídeo tutorial mostrado para a turma, na sala, usando o computador e um data show. Os alunos produziram um texto coletivo instrucional da montagem dos origamis. Mas desta vez, com os alunos dispostos em grupo de quatro alunos, não fiz papel de escriba. Cada grupo escreveu no quadro o passo dado conforme dobravam o papel. Ao final, todos registraram em seus cadernos, ilustrando cada passo. Montamos também um painel instrucional que foi exposto na sala.

Seguindo com as atividades, preparei os alunos para o trabalho com uma nova experiência. Fiz a leitura do livro “Cores em cordel”, de Maria Augusta de Medeiros, para dar início às atividades de estudo das cores usando o material didático. Fiz a experiência da mistura de cores com água e corante e os alunos foram respondendo a atividade proposta no material didático.

Como os alunos apreciaram a atividade, convidei os alunos a também fazerem experimentos com as cores. Primeiramente, orientei sobre cada experiência que seria feita. Depois, fomos até o laboratório de informática para pesquisar, mas desta vez não foi possível, pois os computadores não estavam funcionando. Por conta disso, levei o data show para a sala e a pesquisa foi realizada em conjunto, quando escolhemos os 3 experimentos a serem feitos, um por grupo. A turma foi dividida em 3 grupos de 4 a 5 alunos. Escolhemos qual seria a experiência de cada grupo, distribui os materiais necessários, pedi que eles assistissem aos vídeos informativos19, orientei que fizessem as experiências em grupo e anotassem os procedimentos e resultados no caderno para depois fazerem um cartaz apresentando aos colegas a experiência que realizaram.

Fotos: Arquivo dos Autores


19 1º Experiência: Mistura de cores (<http://www.youtube.com/watch?v=Dm3xitos3Yk>). 2° Experiência: Cromatografia (<http://www.youtube.com/watch?v=1Bp1hFSDxqg>). 3.o Experiência: Luzes e cores do arco-íris (<http://tempolivre.umcomo.com.br/articulo/como-fazer-a-experiencia-do-arco-iris-1783.html>).

Fotos: Arquivo dos Autores

Depois de realizado o experimento das cores, estudamos as características das obras do artista plástico Romero Brito, conhecido pelo estilo alegre e colorido. Fiz uma breve apresentação da biografia do artista e usei o data show para mostrar algumas imagens de suas obras. A partir da observação do estilo do artista e da análise da obra “Borboletas”, os alunos fizeram uma releitura, desenhando e pintando em bandejas de isopor com tinta guache e cola colorida. As obras dos artistas do 2.o ano foram expostas na sala.

Fotos: Arquivo dos Autores

Para problematizar com os alunos a questão das diferenças entre borboletas e mariposas, fiz a leitura da história do livro “A descoberta de Isabelle”, de Frances Rodrigues Pinto. Depois de uma conversa sobre o tema, todos fizeram anotações em seus cadernos e duas alunas escreveram um cartaz apontando as principais diferenças.

Depois de mais ou menos 30 dias do início do experimento com as lagartas, o 2° ano teve uma grande surpresa: a lagartinha Zuzu, que foi a primeira a encasular, saiu de seu casulo. Zuzu era uma mariposa e saiu do seu casulo enquanto estávamos em aula. Durante toda a tarde ela estava toda dobradinha, com suas asas amassadas. Aos poucos, foi se soltando e se esticando... Dois dias depois, os alunos combinaram que iriam libertá-la, pois, analisando o tempo de vida de algumas borboletas, acharam que não era justo mantê-la presa em um pequeno espaço. A vida de uma borboleta é muito curta para que ela a perca enclausurada... Ela deixaria de cumprir sua real missão que é fazer a polinização das flores e frutas e, principalmente, ser livre e voar. Mesmo entendendo o fato, as crianças não puderam esconder a tristeza ao se despedirem da amiga. A libertação e despedida de Zuzu foi emocionante para o 2° ano.

 

Fotos: Arquivo dos Autores

O trabalho “Viajando com as borboletas” gerou ainda muitas outras atividades, tais como: discussão sobre alimentação saudável, pintura a óleo utilizando legumes como carimbo, festa temática para os aniversariantes, confecção de um livro de história no formato de lagarta, confecção de mascotes de tecido, criação do “Jornal Lagartional” no formato TV, exposição de trabalhos na escola, releituras de pinturas, entrevista para a rádio da cidade, visita ao estúdio da emissora de TV da cidade. Foi uma experiência inesquecível que começou com a “Primavera da lagarta”!

Fotos: Arquivo dos Autores

Avaliação: O trabalho durou um bom tempo, pois a primavera, época das lagartas virarem borboletas, ainda continuou e na sala tínhamos casulos por sair. O interesse das crianças pelo assunto rendeu muitas atividades extras. É interessante observar que mesmo os alunos morando no campo com suas famílias, eles não tinham conhecimento do animal presente tão comumente em seu convívio. Descobriram que o bicho conhecido como o “mandruvá” ou “bicho cabeludo” também é uma lagarta, portanto vira borboleta ou mariposa. O preconceito que tinham sobre o bichinho, que no interior é visto como praga, pois destrói as plantações e pode ser venenoso ou queimar a pele se tocado, foi diminuindo aos poucos. Os alunos compreenderam que esses animais fazem parte do ecossistema, são necessários para o equilíbrio natural, e que os pelos que queimam são uma defesa natural contra os predadores.

O experimento com as lagartas despertou muita curiosidade e questionamentos. Na medida em que foram sendo aprofundados os estudos, foi se percebendo melhoras na escrita dos textos informativos. Segundo os próprios alunos, o que mais gostaram de fazer foi o livrão da reescrita da história “A primavera da lagarta”, com pintura em aquarela. Também gostaram de se fantasiar para dramatizar a história no dia do “Recital da Poesia”, apesar de ficarem um pouco tímidos para a apresentação. Mas o que mais amaram fazer foi conhecer a televisão do jornal local. Foi uma experiência inusitada e fantástica para mim e para meus alunos. Posso até nos comparar com as borboletas que sofrem uma metamorfose e desse processo saem muito diferentes de quando entram. O trabalho com telejornal escolar colocou os alunos em contato com múltiplas linguagens, possibilitando o desenvolvimento de diversas formas de expressão, em situações de comunicação real. Foi uma possibilidade de trabalhar, ao mesmo tempo, a escrita, a oralidade e a expressão corporal, além de possibilitar a cooperação e o reconhecimento às produções dos colegas. Com todo esse trabalho, pude perceber o quanto é importante explorar a linguagem oral mais sistematizada em sala de aula, que muitas vezes é deixada de lado. A maior dificuldade encontrada foi ter acesso a equipamento necessário para as filmagens, além de recursos de áudio e iluminação e um local mais apropriado. Foi um aprendizado e tanto lidar com minhas próprias limitações. Mas, fica agora um novo desafio. Tanto eu, professora, como a escola, pretendemos adquirir mais recursos para filmagens e ainda buscar aprimoramento técnico de edições de vídeo e filmagem.

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