As crianças, desde muito cedo, fazem questionamentos: “Por que eu consigo carregar meu pai dentro da água, mas não consigo fazer isso quanto estou fora dela?”; desafiam-se umas às outras expressando o que já sabem: “Eu consigo te carregar dentro d ́água! Queres que eu te mostre?”; ou surpreendem-se diante de uma nova situação: “Ué, nunca pensei que fosse possível carregar você, mesmo dentro d ́água”. As falas diversificam-se e podem ser o ponto de partida de um diálogo, em sala de aula, que vise buscar respostas para tais questões. Neste texto refletiremos sobre atividades investigativas, compartilhando situações inspiradas no Eixo Materiais e Transformações, do documento Elementos Conceituais e Metodológicos para a Definição dos Direitos de Aprendizagem (BRASIL, 2012).
De fato, carregar uma pessoa dentro d ́água é mais fácil do que fora dela, não é verdade? Para entender o que acontece, vamos adotar como ponto de partida algo que faz parte do universo das crianças: bolas de gude. Pegue uma bola de gude de tamanho normal e tente verificar quanto ela pesa*. Na balança, sua massa será aproximadamente 4g.
Ilustrações: Carlos Cesar Salvadori/ricardo Enz.
* Nota dos organizadores: repetimos aqui a nota já apresentada no Caderno 06 de Matemática (Grandezas e Medi-das). No cotidiano, costumamos utilizar a palavra peso referindo-nos a massa do objeto. Este é o uso da palavra que será feito neste Caderno e ele não está em desacordo, por exemplo, com o uso feito pelo Instituto Brasileiro de Pesos e Medidas. Mais tarde, na escolarização, alunos e professores irão se deparar com situações nas quais haja necessidade de fazer a diferenciação entre massa e peso; este não é o momento para isso. Este texto é importante por apresentar, de modo experimental e para crianças pequenas, a possibilidade de compreensão da diferença entre massa e peso, mas é importante perceber a dificuldade, por exemplo, com a compreensão da ideia de volume.