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Tópico Introdutório

Para que se alcance esse uso inédito, o(a) professor(a) terá que ser convidado a testar as tecnologias e se deixar convencer, por si mesmo, da sua utilidade na busca de uma qualidade na educação. Certamente a transformação da escola de um espaço de ensino para um espaço de aprendizagem exigirá novas posturas de docentes e gestores(as), demandará movimentos diversos e mudanças na ação pedagógica. Mudanças que, sabemos, são produto de processos lentos, amadurecidos no tempo. A educação não se modifica por mágica, em um estalar de dedos.

O computador não foi criado para a escola. Da mesma forma que não o foram o rádio, a televisão, o cinema e outras tecnologias que de alguma maneira encontramos no espaço escolar. Essas mídias acabaram chegando à escola e foram usadas, mal – possivelmente o que mais ocorreu – ou bem.

A partir dos anos 1990 chegou o computador, ainda que algumas iniciativas tivessem ocorrido nos anos 1980. Depois vem a internet.

Contudo, o computador se difere das demais tecnologias que “frequentaram” a escola, de base analógica, por potencializar a interatividade. Com certeza ele não é – ou não deve ser - uma mídia de mão única.

Definitivamente o computador e as tecnologias que a ele se associam não são uma mera moda, inclusive pelo fato de que ocupam espaços e mais espaços na vida pessoal, tornam-se instrumentos do cotidiano em uma sociedade que passa a ter como marca as tecnologias digitais e, a partir delas ou com elas, redesenha mesmo suas práticas.

Os fenômenos das redes sociais on-line, como o Facebook e o Twitter, para ficar apenas em dois exemplos, implicando em novas formas de ativismo político, como visto recentemente em movimentos populares ocorridos o Brasil, quando as redes se tornaram o espaço para chamamento dos(as) jovens para a saída às ruas, estabelecem, definitivamente, novas formas de relacionamentos interpessoais, estabelecem-se como novas formas de comunicação, informação e socialização cuja utilização até há pouco tempo atrás não era sequer pensada.

Numa entrevista para a Folha de São Paulo, em 2009, Dan Tapscott, pesquisador canadense autor do livro Growing up digital: the rise of the net generation, publicado no Brasil com o título de Geração Digital:  a crescente e irreversível ascensão da geração Net, e do mais recente Growing up digital: how the Net Generation is changing your world, mostrou como a Geração Net, que seria formada por pessoas nascidas a partir da segunda metade da década de 1980, de alguma forma chegou ao poder juntamente com Barack Obama, o atual presidente dos EUA.

O  que teria levado Tapscott a fazer essa afirmação?

O fato de os(as) jovens entrarem para a política em um novo tipo de militância, que se dá em espaço como os sites de relacionamento, o Twitter e até o YouTube. Hoje, os governos, incluindo o brasileiro, adotam essas plataformas ou serviços para se comunicarem como cidadãos e cidadãs. E há aqueles que, reconhecendo o poder da internet, buscam bloquear o acesso à rede por verem ali uma espécie de “arma”: ferramenta de informação, oposição e resistência. É o que se viu em episódios da chamada Primavera Árabe.

Uma nova realidade que na prática está em qualquer país, por conta principalmente da expansão das tecnologias móveis e da internet com as relações que ali se estabelecem, chama a atenção, no Brasil, para a necessidade de a escola envolver-se mais efetivamente na inclusão digital. Afinal, se a cidadania hoje passa pelo acesso à grande rede de comunicação, trazer os seus recursos para uso nas escolas – notadamente as públicas, que atendem a quem tem menor chance de acesso às tecnologias digitais – é tarefa que se coloca aos educadores e às educadoras, por ser elemento para a inclusão social.

Deve ser responsabilidade do(a) educador(a) debater, na escola, com seus(suas) estudantes, os papéis das mídias sociais. Deve ser tarefa de professor(a) buscar formas de incorporar as mídias sociais – com destaque especial para as interfaces da web 2.0 - como estratégias ou espaços para a aprendizagem.

 


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