Ir para página anterior Ir para próxima página

Ícone
Tópico III - A Química da Vida (Bioquímica)

O Uso dos Objetos de Aprendizagem em Bioquímica

 

No ensino de Bioquímica, como também de todas as outras temáticas da Biologia, é essencial que seu trabalho de docente esteja voltado para a construção de processos de aprendizagem. Para isso, você deve promover situações que coloquem seus(suas)  alunos(as) em atividade, tirando-os(as) da passividade que tem marcado a nossa sala de aula, centrada no(a) professor(a).

Não se trata de tirar o(a) professor(a) do cenário, pois ele(a) é essencial, mas de centrar o foco no(a) aluno(a) e no processo que é dele(a): a aprendizagem. Assim, o processo de ensinar muda de atitude – até hoje praticamente constituída pelo(a) professor(a) falante e pelos(as) alunos(as) silentes –, passa a caracterizar-se como a organização de atividades de aprendizagem e a mediação da relação entre o(a) estudante e o conhecimento que ele(a) precisa construir.

Em um ambiente de aprendizagem, com atividades que envolvem diretamente o(a) estudante, os chamados objetos de aprendizagem (OA) terão um papel importante em uma aprendizagem significativa.

 

Captura de tela do OA Frog Dissection (Fonte: Froguts Inc., 2002-2003)

O conceito de OA ainda não é definitivo. Para alguns, OA é qualquer recurso, analógico ou digital, que ofereça suporte à aprendizagem e que possa ser reutilizado, como um mapa ou uma imagem, por exemplo. Para outros, eles devem ser digitais e estar disponíveis on-line.

Durante algum tempo, o Ministério da Educação (MEC) manteve a Rede Internacional Virtual de Educação, que acabou sendo chamada de “o” RIVED, um repositório de objetos de aprendizagem de livre acesso. O RIVED, era um programa que tinha como objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais na forma de objetos de aprendizagem, mas acabou desativado, ainda que o seu site permaneça no ar. Contudo, vários OA que estavam no site foram transferidos para a coleção de recursos do Portal do Professor.

Em 2007, pela sua então Secretaria de Educação a Distância, o MEC publicou o livro Objetos de aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico, organizado por Carmem Lúcia Prata e Anna Christina Aun de Azevedo Nascimento, que trouxe as reflexões de grupos vinculados a instituições de Ensino Superior brasileiras que desenvolviam OA. É uma obra que merece ser lida pelo(a) professor(a) que se interessa pelo uso de OA.

Os OA, em geral, constituem-se como simulações e animações que se revelam particularmente úteis para a aprendizagem na área das Ciências Naturais, sendo a Biologia uma delas, em que a experimentação é um elemento chave.

Os OA devem oferecer aos(às) estudante uma oportunidade de interação que necessariamente conduz à reflexão, contribuindo para a construção do conhecimento. Associando o potencial das tecnologias digitais de informação e comunicação em novas práticas pedagógicas, o OA deve estimular o raciocínio do(a) estudante, induzir o seu pensamento crítico.

Se a aprendizagem é um processo do(a) aluno(a), os OA não são para uso apenas do(a) professor(a). Cabe a este selecionar, nos vários repositórios disponíveis, os OA que melhor se integram no currículo que desenvolve com seus(suas) estudantes e organizar as atividades, adotando a melhor opção visando a aprendizagem. Até porque existem OA disponíveis que não passam de simples animações,  que pouco ou nada provocam à reflexão e que, portanto, têm um valor pedagógico bastante reduzido.

As simulações, em geral assentadas em modelos matemáticos, são uma alternativa interessante para a demonstração de fenômenos que não poderiam ser reproduzidos em sala, porque exigem equipamentos caros que a escola não possui, para evitar colocar os(as) estudantes em eventual risco ou que demandam um tempo que ultrapassa o da aula. Existem microscópios virtuaislaboratórios on-line e é possível até a dissecação de um sapo em uma tela de computador, sem sangue, sem susto.


Ir para página anterior Ir para próxima página