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Tópico II - A Narrativa da Vida

Narrativa no Ensino de Biologia

O uso de narrativas no ensino de Biologia apresenta a possibilidade de explorar a relação ciência, tecnologia e sociedade (CTS), independentemente da narrativa ocorrer em ambiente digital. Isso porque, ao dialogar com a relação CTS, promove-se uma reflexão acerca dos aspectos éticos e epistemológicos da ciência e da tecnologia, além de mostrar a dimensão dos efeitos que a presença da tecnologia e da ciência produz na sociedade.

Para Norris et al. (2005), a narrativa tem um papel importante no ensino das Ciências, uma vez que facilita a memorização e a compreensão, além de aumentar o interesse dos(as) alunos(as) e facilitar a organização dos conteúdos. O uso da narrativa nas aulas de Biologia pode estimular o(a) aluno(a) no entendimento da cultura científica ao descrever e situar, social e historicamente, o processo de produção de conhecimento na Biologia.

A narrativa em forma de teatro, de filmes ou de animações, por exemplo, que muitos docentes utilizam em suas aulas, até como forma dos(as) alunos(as) apresentarem determinados trabalhos, permite a exploração de diferentes formas de linguagem, como a escrita, a oral, a gestual e a visual.

Reverbel (1997) sinaliza para a presença do teatro na educação, porque se este existe na sociedade, obviamente, deveria existir na escola. O mesmo vale para filmes e animações, os quais podem ser encarados como formas de expressar narrativas dentro do contexto escolar.

O cinema é uma manifestação cultural centenária e há filmes sobre quase todos os assuntos, embora alguns docentes desconheçam as inúmeras possibilidades dessa ferramenta no ensino de Biologia (NAPOLITANO, 2006). Reichmann e Schimin (2008) propõem o uso de filmes nas aulas de Biologia como um instrumento no ensino-aprendizagem, porque trazem “imagem-mensagem” relacionadas ao dia a dia do(a) estudante, que tem um conhecimento científico, mas, nem sempre, consegue formar uma visão do todo. No entanto, muito mais enriquecedor é fazer com que os(as) alunos(as) participem da elaboração de animações e/ou vídeos sobre conteúdos do ensino de Biologia, sendo atores(as), produtores(as), diretores(as), roteiristas e cinegrafistas.


 

Uma outra possibilidade de narrativa digital está na criação de histórias de forma colaborativa. Uma interessante ferramenta que pode ser utilizada com esse fim é o Storybird, a qual permite a criação de histórias em formato de livro digital. O(A) autor(a) do livro digital, antes de construir sua história, seleciona um conjunto de imagens que poderão ser usadas em seu livro. A escrita da narrativa pode ocorrer de maneira colaborativa, e, após sua finalização, é possível compartilhá-la por meio das redes sociais ou incorporá-la a um blog.

Além disso, o uso de imagens no ensino de Biologia, de falamos na unidade anterior, muitas vezes evoca narrativas que, por sua vez, propiciam a criação de outras imagens mentais. Essa relação íntima entre a narrativa e a imagem permite uma ampliação das possibilidades dentro da sala de aula. Os(As) estudantes ao longo do ensino de Ciências e de Biologia aprendem a ler imagens, sejam elas sobre células, órgãos ou flores. Há todo um conjunto de conteúdos dentro da Biologia em que o uso de imagens é importante para a compreensão por parte dos alunos, sejam imagens presentes nos livros didáticos, reproduzidas em projeções, apresentadas em espécime ou vistas através da lente de lupas ou de microscópios.

 

 

As narrativas devem ser escritas de modo a contemplar o assunto e o fato principais, e uma análise dos fatos apresentados.

Ao contar uma história, o(a) estudante tem a oportunidade de reconstruir e refletir sobre uma experiência, a qual pode ter sido por ele(a) vivenciada ou inventada. No ensino de Biologia, não importa se os fatos narrados aconteceram ou foram fantasiados, o aspecto importante é que a narrativa seja verossímil, ou seja, tenha características que o torne possível, permitindo que discussões sobre aspectos dentro da Biologia sejam iniciadas a partir da narrativa.

 


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