Um dos fatores que dificultam a aprendizagem de Bioquímica é a necessidade de o(a) aluno(a) usar um alto grau de abstração e imaginação para descrever os fenômenos bioquímicos que acontecem a nível molecular (AMARAL; FIGUEIRA; BARROS, 2006). Uma das ferramentas que pode auxiliar o(a) estudante a melhor organizar seu pensamento lógico, facilitando sua compreensão sobre essa temática, é ensiná-lo(a) a utilizar o mapa conceitual.
Os mapas conceituais são representações gráficas, semelhantes a diagramas, que refletem a estrutura ou organização conceitual de uma disciplina ou de parte dela.
Assim, eles auxiliam na organização e na representação das informações e dos conceitos, dando especial destaque para as relações estabelecidas entre eles. Os mapas conceituais foram desenvolvidos inicialmente por Novak e Gowin, de maneira a instrumentalizar a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel.
Os mapas conceituais caracterizam-se por ter uma ideia central, à qual, através de termos de ligação, estão relacionados conceitos derivados. Veja exemplo na imagem que se segue:
É importante que você, como professor(a), compreenda que há inúmeros modos de traçar um mapa conceitual sobre um mesmo conteúdo. Isso porque há uma infinidade de conceitos derivados e, na construção de um mapa conceitual, alguns são selecionados em detrimento de outros. Tal processo evidencia as pequenas diferenças de compreensão e de interpretação que os conteúdos podem refletir, além de mostrar o que é considerado mais importante por quem construiu o mapa conceitual.
Compreendido o que é um mapa conceitual, é importante que você, como professor(a) e como constante aprendiz, investigue o potencial desse recurso no processo de ensino-aprendizagem. Os mapas conceituais são um tipo de instrumento muito flexível e por essa característica podem ser utilizados na apresentação de um novo tópico de conteúdo, na avaliação da aprendizagem, no planejamento da disciplina, além de facilitar uma análise do currículo em sala de aula.
O mapa conceitual é um instrumento adequado para que o(a) estudante estruture o conhecimento que está construindo. No entanto, esse fato não limita o uso do mapa conceitual à esfera da sala de aula, pois ele também pode ser útil para o(a) especialista explicitar seu conhecimento e visualizar novas possibilidades de investigação ao observar questões não suficientemente conhecidas.
Quando um(a) estudante utiliza o mapa conceitual no decorrer de seu processo de aprendizagem, pode perceber quais são suas dificuldades de entendimento. Assim, ao dar-se conta das lacunas, o(a) aluno(a) deve ser incentivado(a) a preenchê-las, buscando, para isso, ajuda em sites, livros e com o(a) próprio(a) professor(a), que deve evitar dar respostas prontas, atuando como um mediador(a) do processo.
O Cmap Tools é um software que foi desenvolvido pelo Institute for Human and Machine Cognition (IHMC), um instituto de pesquisa da Universidade da Flórida. Através dele é possível criar mapas conceituais, uma vez que o software é de fácil uso e intuitivo. Para utilizá-lo é necessário que você realize o download do software. Sua principal vantagem é a possibilidade de se trabalhar offline.
Captura de tela do software Cmap em uso
Captura de tela da ferramenta Exploratree em uso
Outra interessante ferramenta para a elaboração de mapas conceituais é o Exploratree, essa ferramenta permite a criação e o compartilhamento on-line de mapas conceituais. É necessário que você faça uma inscrição no site para poder explorar seus recursos.
Outro site interessante que possibilita a criação de mapas conceituais é o Mindomo. Sua principal vantagem é a existência de um repositório em que ficam disponíveis os mapas que seus usuários elaboraram e tornaram públicos. Assim, antes de você e seus(suas) alunos(as) elaborarem um mapa conceitual, é possível procurar mapas que tratam do mesmo assunto, o que pode facilitar a construção de seu mapa.
Captura de tela da ferramenta Mindomo em uso
Aprendizagem significativa é aquela em que as novas informações (conceitos, ideias, proposições) quando repassadas ao(à) estudante interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o(a) estudante já sabe.
