ADOLESCÊNCIA E CULTURA
Estudos antropológicos desenvolvidos no início do século XX sobre a adolescência e a juventude confirmaram que a puberdade é um fenômeno natural da espécie humana. No entanto, o seu significado difere culturalmente por causa das práticas observadas em cada povo.
Nesse caso, a puberdade também é vista como fato cultural.
Grande parte dos grupos sociais de culturas distintas registra a passagem da infância para a idade adulta por meio de cerimônias. Nesses ritos de passagem, o amadurecimento físico é associado à ideia de morte simbólica da criança para o nascimento de um novo adulto.
Para cada pessoa, os ritos de passagem assumem uma forma de preparação (quarentenas e isolamento social, por exemplo) e de desfecho (rituais de suplício, dramatização de morte/renascimento, festas, celebrações etc.). Para o grupo, a pessoa que inicia o ritual está na condição de criança e, ao terminar, adquire novo status social, a condição de adulto. Assim, o rito de passagem demarca a maioridade social do adolescente.
Nas sociedades ocidentais modernas, por outro lado, os ritos de passagem foram suprimidos e substituídos por uma longa fase intermediária entre a infância e a vida adulta. Eventos como festa de debutante, maioridade civil e primeiro emprego assumem parte do significado e da função representada pelos rituais em outras sociedades.
A adolescência, além de fazer parte de uma construção histórica e de uma produção cultural, também expressa as formas singulares de como cada pessoa é, vive e sente a transição da infância para a vida adulta. Essa transição pode ser compreendida pelo estudo do desenvolvimento psicológico.