Retomando nossa discussão, sugerimos que você observe também o mapa de consumo de energia per capita. Analisando-o atentamente, pensemos sobre o que a legenda nos apresenta.
Alguns países da Europa e da América do Norte consomem (por habitante) dez vezes mais combustível que a maioria dos países da África, e boa parte da Ásia e da América Latina.
Agora, compare o mapa anterior com este mapa da distribuição da população por continente:
Após observarmos os mapas, fica claro que as regiões que concentram a maioria dos países que mais consomem energia são as que concentram o menor número de população. Comparando as informações projetadas nos mapas anteriores, mais as da tabela com o mapa a seguir, podemos reforçar ainda mais esse sentido de distribuição desigual da riqueza no espaço.
As regiões espacialmente mais ricas são aquelas que têm menos população, consomem mais e, por conseguinte, produzem mais lixo e poluição.
Se projetarmos nesses mapas o contexto de cada país e suas regiões, ou seja, no interior de cada país e das diversas regiões que os compõem, veremos que ocorre a reprodução desse processo de concentração de riqueza, desigual acesso ao consumo e maior produção de lixo nas mãos de poucos, o que torna a abordagem da questão ambiental ainda mais complexa. É por esse motivo que não se pode pensar uma solução comum a todos os lugares. Qualquer ação local deve ser pensada e articulada com as escalas dos fenômenos que se apresentam em diferentes manifestações territoriais.
