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Tópico II - Derivas Minoritárias da Geografia Maior

PARTE A

 

Como foi abordado no item anterior, a geografia oficial, aquela majoritariamente elaborada nos centros de pesquisas universitários ou de grandes empresas, nos escritórios do governo e reproduzida na maior parte dos materiais didáticos, caracteriza-se por ter um caráter uniformizador dos processos de pensar e representar a dinâmica espacial do mundo. 

Denominamos essa forma de representar o espaço de “geografia maior”, pois está pautada em referenciais generalizantes e rígidos. A geografia maior não é um erro, mas tende a enrijecer e formatar uma maneira de ler e de pensar o mundo, e transformá-la em um pensar espacial que se coloca como único. Exemplifiquemos com a imagem das zonas climáticas da Terra, pois todos já trabalharam com esse tema. Percebemos que, a partir dessa uniformização climática do mundo, temos a generalização de tipos de flora e fauna em cada zona. As zonas climáticas existem, mas no interior de cada uma dessas generalizações ocorrem fatores (altitude, correntes marinhas, período do ano, barreiras de montanha etc.) que levam a mudanças no comportamento climático. A questão é que essa generalização fixa uma imagem climática e tipifica as formas de vida a ela relacionadas, o que formata no imaginário coletivo uma ideia estanque de mundo. O comportamento climático e a dinâmica da fauna e da flora no mundo são muito mais complexos, pois são derivas minoritárias desse sentido maior de classificação.

Veja bem, o sentido de “maior” dessa geografia não se refere ao tamanho da escala, como os climas do mundo, mas ao modo generalizante de se estruturar uma maneira de pensar o espaço em qualquer escala do fenômeno abordado. Para ilustrar o fenômeno urbano numa escala mais local, consideremos a cidade de Americana.

Para abordar essa questão, indicamos o texto do professor Silvio GalloEm torno de uma educação menor: variáveis e variações (2013), que introduz a questão das derivas minoritárias na educação. Outro texto que deve ser priorizado é o artigo “Grafar o espaço, educar os olhos. Rumo a geografias menores” (2009), do professor Wenceslao Machado de Oliveira Jr.

Para auxiliar na leitura, na compreensão e nos debates, indicamos uma entrevista com o professor Silvio Gallo e um vídeo no Youtube em que o autor fala sobre o pensamento de Foucault para a educação.

O que são essas “geografias menores”?

 

Para Refletir - A Educação Menor e o Papel Disciplinador da Escola na Modernidade

Agora, você deve fazer a leitura dos textos indicados, destacando as partes que tratam da questão da educação menor e do papel disciplinador da escola na modernidade. Tente compreender o sentido das concepções "menor" e "maior" tanto para o ensino quanto para a geografia.

Após assistir ao vídeo, aconselhamos o debate sobre os principais aspectos identificados. Não se esqueçam de procurar na rede mais informações, principalmente sobre os pensadores e os artistas citados nesses textos e vídeos. Bom trabalho!

 

 

 


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