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Tópico II - A Narrativa da Vida

Narrativa Digital

A proposta da narrativa digital é combinar a antiga arte de contar histórias com recursos das chamadas tecnologias digitais de informação e comunicação. As narrativas são elaboradas na perspectiva de linguagens múltiplas, lançando mão de recursos multimídia (texto, fotografia, vídeo, áudio, gráfico). É possível ainda a narração, que deve ser gravada pelo contador de histórias. Prontas, as narrativas são publicadas na internet e tornam-se acessíveis a muitos. Se, na narrativa tradicional, a forma de comunicação é praticamente apenas a fala do contador de histórias, as histórias digitais são contadas por meio de linguagens digitais, criadas em computador e colocadas na internet. Na narrativa digital aplicada à educação, o essencial é que seja sempre algo que possa ter significado para o aluno.

As histórias digitais podem variar em tamanho, demorando geralmente entre 2 e 10 minutos. Esse é o intervalo de tempo considerado o ciclo de atenção, que, segundo alguns pesquisadores, nos adultos é de 15 a 20 minutos e, nas crianças atuais, parece ser menor, particularmente quando se trata de aprendizagem visual ou oral. Há quem diga que o ciclo de atenção das crianças hoje em dia seria da ordem de apenas 8 minutos. Há quem responsabilize, ou culpe, a televisão e a internet por essa redução.

Apesar de seu atual destaque, a narrativa digital não é uma prática nova. Um dos pioneiros nessa arte é Joe Lambert, cofundador do Center for Digital Storytelling (CDS), organização sem fins lucrativos hoje localizada em Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos. Sua proposta, desde a criação - com o nome de San Francisco Digital Media Center - em 1994, foi de apoio a jovens e adultos na criação e no compartilhamento de narrativas pessoais, lançando mão da combinação de escrita reflexiva com mídias digitais.

No início de seu livro “Digital Storytelling: capturing lives, creating community”, Joe Lambert coloca uma questão básica: “Por que contar histórias?” E ele mesmo responde, assim, à questão que formula: histórias são o que o homem faz para dar sentido ao mundo. E, continua Lambert, somos perpétuos contadores de histórias, revendo eventos na forma de cenas revividas, pepitas de contexto e caráter, ações que levam a realizações.

Exemplos bastante interessantes de se contar histórias, em vídeo e em pouco tempo, você encontrou nos vídeos que viu no início dessa unidade, dois deles com o mesmo título, “Our story in 2 minutes”, e  a abertura do sitcom apresentado no canal pago Warner, The Big Bang Theory.

Não se trata apenas de professores contarem histórias lançando mão de recursos multimídia; precisamos pensar na situação dos próprios alunos se tornarem contadores de histórias digitais. Eles usarão o computador para, com o uso de linguagens múltiplas, contar o que sabem, o que aprenderam.


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